A prática de enxertar consiste em cruzar duas plantas diferentes com o objetivo de criar uma espécie de planta que reúne as melhores características de ambas.
Esta técnica pode ser praticada no jardim da própria casa. Se tiveres uma árvore de pera com uma estrutura frágil mas capaz de dar excelentes frutos, e uma pereira que seja muito mais resistente, as duas podem ser enxertadas para dar origem a uma planta resistente com frutos de qualidade.
Se o quiseres fazer, precisas apenas de um pouco de fita adesiva e uma tesoura de jardinagem!
Para os iniciantes, o melhor é começar com a técnica da enxertia em forma de T, que para além de ser a mais comum entre os agricultores, é também a menos complicada de executar. No geral, o melhor período para realizar enxertos é a primavera, pois durante esta estação a casca tem uma camada interna muito suave. O primeiro passo que deve ser feito é fazer um corte na planta que se deseja enxertar, de modo a que possa pegar um pequeno gomo. Deves fazer um corto muito profundo para que consigas chegas até à camada interna da casca, de cor verde vivo.
Depois, executa na casca da árvore hóspede um corte em forma de T: em correspondência com esse corte, o enxerto deve ser juntado à árvore hóspede. De seguida, o ramo deve ser envolvido com um pouco de fita adesiva, de maneira a que as duas partes fiquem bem unidas.
Com o passar do tempo, o corte vai-se curar naturalmente, e aí podes remover o curativo. O enxerto está feito, e só resta esperar que a planta dê frutos.
O enxerto é considerado uma das técnicas que marcaram o nascimento e desenvolvimento da fruticultura. Se a multiplicação de uma planta através de sementes origina indivíduos heterogéneos diferentes dos pais, com algumas características em comum com eles (reprodução sexual ou sexuada), através do enxerto o mesmo pode ser multiplicado de forma a que as características da planta de origem permaneçam iguais de todos os pontos de vista (reprodução assexual ou assexuada).
Quando se encontra uma planta considerada melhor que a outra, seja pela sua resistência ou pela qualidade dos seus frutos, o enxerto permite replicá-la numa série de novos indivíduos de forma perfeita. Assim, ao longo das gerações, é realizado um trabalho contínuo que, devido à multiplicação, origina as espécies desejadas.
O princípio do enxerto apoia-se na capacidade de todas as plantar curarem os cortes graças à troca de um tecido específico situado entre os círculos da madeira e da casca, responsável pela cura e pelo sucesso do enxerto.
A troca durante o processo de crescimento é afetada por um crescimento contínuo devido à formação de novos tecidos vascular, que asseguram a transportação da seiva de forma eficiente e de modo a que o diâmetro dos órgãos lenhosos e do tronco possam crescer progressivamente.