Se és português e te preocupas com o estado em que se encontra o país, tens de saber isto. Não podemos deixar que isto seja permitido, tem de haver mudanças. Foi lançado um alerta por parte da Associação Sindical dos Profissionais da Inspeção Tributária e Aduaneira (APIT) da não existência de um desfibrilhador na alfândega do aeroporto de Lisboa, logo após a morte de um funcionário.
António Castela, vice-presidente da APIT, disse à agência Lusa: “Não se entende que, num local onde estão centenas de trabalhadores de vários organismos, não exista aquilo que são os equipamentos de sobrevivência, de emergência médica, como é um desfibrilhador, e que deveria existir obrigatoriamente ali. Existe no lado dos passageiros, mas do lado da carga não”.
Foi descoberta a ausência do equipamento necessário, quando um trabalhador da alfândega do aeroporto de Lisboa faleceu, depois de se ter sentido indisposto e ter caído inanimado.
António Castela acrescenta ainda informação sobre o socorro prestado a João Moura, o funcionário que faleceu, dizendo que foi demorado devido a “um conjunto de circunstâncias que se acumularam (…), desde a ambulância da Cruz Vermelha existente no aeroporto de Lisboa ter sido interditada de passar num caminho de circulação fora de pista, e que obrigou à chamada externa do INEM, que também teve de tirar ‘ticket’ de entrada e pagá-lo à saída com toda a morosidade existente. Calculamos que o colega esteve cerca de meia hora sem cuidados médicos, apesar de ter estado no local um outro colega da Groundforce, que tem curso de primeiros socorros, e de este lhe ter feito tentativas de reanimação”.
A não existência de equipamento médico nas instalações foi considerada por António Castela um assunto gravíssimo, já que se trata de um aeroporto internacional. Este defende ainda que não devia ser apenas o lado dos passageiros mas também o “lado de quem trabalha e suporta o aeroporto a funcionar” a ter o equipamento, já que a lei o prevê. Explica ainda que existem centenas de pessoas a trabalhar naquele local diariamente, que é também de acesso ao público, já que lá existem armazéns, transitários, despachantes, alfândega e companhias de aviação.
O dirigente da APIT acrescenta ainda que foi aberto um inquérito sobre o incidente passado no sábado, dia 18 de Setembro. O comunicado da APIT refere também que é necessário “analisar o indeferimento por parte da ANA (Vinci), na pessoa do seu supervisor em serviço no dia em causa, do acesso da viatura médica através de arruamentos do aeroporto que permitiriam um acesso mais rápido de cuidados médicos urgentes ao colega em causa”. Foram ainda solicitadas pela APIT, junto com os serviços médicos intervenientes neste caso, “informações sobre a sua deslocação até junto do mesmo, as dificuldades encontradas e a informação prestada”.
A verdade é que este caso, a ser completamente verdade, é uma vergonha não só para os dirigentes da alfândega do aeroporto de Lisboa, mas também para todos os dirigentes deste país. Não é só o aeroporto o culpado, é também culpado o responsável por verificar se há condições nos equipamentos médicos dos locais públicos.
Temos de abrir os olhos e reclamar sempre que algo está fora da lei, só assim podemos mudar algo neste país.