Jorge deixou a mulher, Ângela, ao fim de 27 anos de casados para namorar com uma mulher mais jovem, sua colega de trabalho.
A mulher mais jovem quis viver na mesma mansão onde o casal vivera e Ângela recebeu ordem de despejo, que a obrigava a sair de casa no prazo de 3 dias.
Assim, no primeiro dia ela empacotou as suas coisas e no segundo mandou uma transportadora levá-las. No terceiro dirigiu-se à sala de jantar, decorada com um candelabro de cristal, e jantou “crevettes à la vapeur” (camarão a vapor), caviar e ainda se serviu de uma garrafa de Chardonnay destinada a ser aberta na sua boda de esmeralda. No fim, foi ao quarto, removeu as pontas das hastes dos cortinados e colocou as cascas, cabeças e rabos do camarão juntamente com caviar lá dentro. De seguida, limpou a cozinha, bebeu mais um copo e saiu.
Tudo corria bem a Jorge durante algum tempo, até a casa começar a deitar um mau odor. Por mais que eles se esforçassem para limpar a casa o odor não desaparecia!
Até os amigos de Jorge que costumavam ir até casa dele jogar poker deixaram de querer ir, bem como a empregada doméstica, a D. Creuza, que se demitiu. Assim, eles decidiram que tinham que mudar de casa.
No entanto, ninguém queria comprar a casa devido ao cheiro cada vez mais forte. Jorge foi obrigado a pedir um empréstimo ao banco para poder comprar outra casa.
Entretanto, Ângela telefonou a Jorge para saber como ele andava e Jorge contou-lhe apenas que a casa tinha um “problema” e que a queria vender. Ela sugeriu, então, que ele lhe devolvesse a casa e, em troca, ele não tinha que lhe pagar a dívida proveniente do divórcio que ainda lhe devia.
Ele aceitou e nesse mesmo dia trataram da papelada. Jorge e a nova namorada ficaram felizes enquanto viam Ângela mudar-se para a mansão… e até levaram com eles as hastes das cortinas.