Gémeas nascem com cores de pele diferentes e os professores acusam mãe de mentir sobre serem irmãs

Quando nasceram, em julho de 2006, Marcia e Millie Biggs pareciam semelhantes. Agora, a maioria das pessoas fica chocada ao saber que elas são gémeas.

Amanda e Michael, os pais, juraram amá-las para sempre e rapidamente descobriram que as duas tinham personalidades muito diferentes.

Com o passar dos meses, repararam em algo estranho: a pele de uma delas estava a mudar drasticamente.

No início, o topo dos dedos e orelhas de Millie começou a escurecer, e esse tom de pele acabou por espalhar-se por todo o corpo.

O casal pensou que a pele de Marcia também escureceria, mas em vez disso, começou a clarear. A cor da pele nunca seria um problema para eles, uma vez que são um casal inter-racial, mas preocupavam-se com a forma como os outros reagiriam.

Infelizmente, a cidade natal das meninas, Birmingham (Reino Unido), tem um histórico de tensões raciais.

Mais tarde, Amanda e Michael perceberam a raridade do fenómeno de mudança de pele das bebés, chamado atavismo: 1 caso em cada milhão de gémeos!

O fenómeno resultou da composição genética variada dos pais, e felizmente não implica efeitos negativos para a saúde.

Ao verem as bebés a passear no mesmo carrinho, as pessoas perguntavam como era possível serem gémeas sendo de raças diferentes, mas a maioria não era hostil. Segundo Amanda, tratava-se de curiosidade, seguida de aceitação.

Quando as gémeas entraram na escola, as suas diferentes tezes levaram a perguntas semelhantes por parte das outras crianças – muitas pensaram inicialmente que as duas eram apenas melhores amigas. Ao descobrirem que Marcia e Millie eram de facto gémeos, ficaram confusas, mas também o aceitaram.

As gémeas ainda são as melhores amigas e fazem quase tudo juntas – adoram cantar e dançar, mas têm gostos diferentes em roupas e estilos pessoais. Os gostos de Millie são mais tipicamente femininos, enquanto Marcia é mais desportiva e casual. Ambas dizem que, pessoalmente, nunca viveram episódios de racismo.

No entanto, o pai delas viveu, e ver as suas filhas prosperarem mostrou-lhe quão longe o mundo chegou.

Quando as gémeas tinham 11 anos, decidiram usar a sua genética única para combater o racismo em escala internacional, participando numa campanha que mostrou que a raça é uma construção social.

Atualmente, são adolescentes e ainda frequentam a mesma escola, mas nos próximos anos, irão para a universidade e é provável que se mudem para cidades ou mesmo países diferentes.

Independentemente do que acontecer, ambas continuarão a ser as melhores amigas por toda a vida.

Desejamos a Marcia e Millie uma vida feliz e bem-sucedida.