Embora Portugal esteja a passar por uma grave crise económica há bastante tempo, que conduziu a um resgate financeiro por parte das entidades europeias, existe um facto que a maior parte da população desconhece: o nosso país é significativamente rico em ouro.
Segundo a World Gold Council (WGC), organização internacional de empresas do sector do ouro, baseada em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a nossa reserva de ouro colocou-nos entre os 13 países com as maiores reservas, encontrando-se à frente da Arábia Saudita, de Espanha e do Reino Unido.
Contém reservas de aproximadamente 383 toneladas com o valor de 12,1 mil milhões de euros.
Em Janeiro de 2016, a lista de 100 países foi atualizada e Portugal encontra-se no Top 15, que abrange o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE com 505 toneladas que valem 17 mil milhões de euros.
As maiores reservas de ouro pertencem aos EUA, com 8.134 toneladas, estando em segundo a Alemanha com 3.381 toneladas, e em terceiro o FMI, com 2.814 toneladas. No entanto, o ouro de um país pode encontrar-se guardado noutro ou alugado a outros bancos centrais.
O Brasil encontra-se na 42º posição, com 67 toneladas, representando uma pequena fração (apenas 0,6%) das suas reservas totais. A Venezuela encontra-se logo a seguir a Portugal, ou seja, em 16º lugar com perto de 368 toneladas.
Ainda segundo o WGC, Portugal representa o 4º país cujo ouro apresenta mais peso no total das reservas monetárias: 68,3% e 75,3%, respetivamente, em 2015. Na maioria dos outros países, grande parte das reservas é composta por divisas estrangeiras.
Segundo o WGC apenas no Tajiquistão as reservas de ouro representam mais de 80% das reservas monetárias, nomeadamente 87,6%. Seguem-se os EUA com 72,4%, depois a Grécia com 69%, Portugal com 68,3%, Venezuela com 65,8%, Itália com 64,1% e França com 63%. O BCE apresenta 25,8%.
A quantia de ouro que pode ser vendida pelo banco central é limitada pelos acordos internacionais subscritos pelo Banco de Portugal (BdP) e existem outras limitações legais que impedem o recurso às reservas para pagar défices orçamentais.
Relativamente ao ranking de 2015 do WGC, verificou-se uma alteração de lugares no top 15: a China encontra-se no 5º lugar que, no ano passado, pertencia à Rússia. Esta passou para o 6º lugar.
No entanto, se o ouro pudesse ser logo direcionado para o financiamento do Estado, o impacto seria reduzido. Pela avaliação de Novembro de 2015, nomeadamente 1.061,9 dólares a onça (unidade de medida de massa), as reservas do Banco de Portugal valem apenas 5% da dívida das administrações públicas, que, consoante o ‘draft’ do Orçamento do Estado para 2016, subirá para 237 mil milhões de euros.
As reservas representam igualmente cerca de 60% do que o Governo pretende despender este ano em gastos com pessoal da administração pública (nomeadamente 20,4 mil milhões de euros).
Portugal contém 383 toneladas de ouro que, segundo a avaliação em Novembro de 2015, de 1.061,9 dólares a onça troy, valem 12,1 mil milhões de euros.
No final de 2014, à avaliação de 1.184,41 dólares a onça troy, as reservas valiam 13,2 mil milhões de euros. Isto é, o valor das reservas de ouro do Banco de Portugal decresceu 8,3% no ano passado, o que representa uma desvalorização de 1,1 mil milhões de euros.
Em 2013, a reservas encontravam-se à cotação de 11,8 mil milhões de euros, quando o metal negociava nos 1.204,71 dólares a onça troy, tendo ocorrido uma valorização de 11,7% relativamente ao ano precedente, nomeadamente, mais 1,4 mil milhões de euros.
Se o Banco de Portugal tivesse a oportunidade de vender parte do seu ouro, e sendo que o lucro possível de valor das reservas apresentou em 5 de Setembro de 2011 o cúmulo histórico de 1.898,99 dólares, as barras de ouro detidas por Portugal seriam avaliadas em aproximadamente 17 mil milhões de euros.
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