Enquanto fazia limpeza, esta mulher encontra ISTO do marido dela. Não tenho mais lágrimas.

Júlia é casada com Tadeu há mais de meio século. Ao longo de todo esse tempo, o marido foi o seu primeiro e único amor.

Durante os últimos anos, Tadeu começou a mudar: está sempre distante e as suas conversas já não fazem sentido, mas Júlia continua sempre ao lado do seu companheiro de vida.

Júlia chora, sabendo que precisa de aceitar a triste realidade de que o marido sofre de Alzheimer. Embora em alguns dias se lembre da família e de todos os momentos vividos, noutro a doença não o permite reconhecer ninguém.

Contudo, num dos dias em que Tadeu não sabia onde tinha acordado, Júlia ganha uma surpresa. Enquanto estava a limpar a casa, encontrou a seguinte carta escondida na mesa-de-cabeceira:

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Querida Júlia:

Estou a escrever-te agora, enquanto dormes, caso amanhã não seja eu quem acorda ao teu lado.

Nestas viagens de ida e volta, passo cada vez mais tempo do outro lado, e numa delas, quem sabe, posso mesmo não regressar.

Caso amanhã não seja capaz de saber o que está a acontecer comigo. Caso amanhã eu não possa dizer-te o quanto aprecio e admiro a tua integridade, o teu empenho em estar do meu lado, tentando fazer-me feliz, apesar de tudo, como sempre.

Caso amanhã não tenha mais consciência daquilo que fazes quando colocas papéis nas portas para que eu não confunda a cozinha com a casa de banho, quando consegues fazer-me rir por ter colocado os sapatos sem meias, quando insistes em continuar a conversa mesmo que eu me perca a cada frase, quando te aproximas disfarçadamente e sussurras ao meu ouvido o nome de um dos nossos netos, quando reages com ternura aos meus ataques de raiva ocasionais, como se algo dentro de mim se revoltasse contra este destino que me tem como prisioneiro.

Por essas e tantas outras coisas. Caso amanhã eu não me lembre mais do teu nome, nem do meu.

Caso amanhã eu não possa dizer obrigado.

Caso amanhã, Júlia, eu não seja capaz de dizer, ainda que uma última vez, EU AMO-TE.

Sempre eu,

T.A.M.R

É difícil ler esta carta sem ficar emocionado! Estas palavras demonstram que o amor consegue ser superior à tristeza e ao esquecimento trazidos pela doença. A quem tem familiares com Alzheimer, resta continuar a relembrar quem é aquela pessoa, mesmo que a própria já não o consiga fazer.

Mas não é necessário haver uma doença para se saber valorizar aqueles que estão perto de nós e nos amam.

Aproveita sempre para dizer aos teus como são importantes para ti, nunca se sabe quando será tarde demais!

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