Recentemente, o Governo tem trabalhado no sentido de criar um novo estatuto laboral para quem cuide de idosos em casa, para conseguir assim incentivar as famílias a acolher os idosos o máximo de tempo que puderem. Para tal, o estatuto de “cuidador informal” vai permitir às pessoas em causa ter horários de trabalho flexíveis e outros tipos de apoio.
Manuel Lopes, o coordenador da Reforma do Serviço Nacional de Saúde na Área dos Cuidados Continuados Integrados, explicou que uma pessoa que tenha um idoso dependente de si vai ter direito não apenas a horários flexíveis como também a alguns benefícios fiscais.
Segundo o coordenador, a reforma no sistema acaba por ir de encontro aos benefícios já existentes para os cuidadores de crianças: “criámos um sistema de apoio que flexibiliza o horário dos pais e conseguimos apoio, aqui o fenómeno é idêntico, até porque a sociedade portuguesa está cada vez mais envelhecida”.
Contudo, João Vieira Lopes, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, demonstrou uma certa preocupação em relação ao novo estatuto pois a maioria das empresas portuguesas são pequenas e médias, o que dificulta a possibilidade de flexibilizar os horários, uma vez que não há funcionários suficientes para que a sua ausência não prejudique a empresa.
Ainda assim, João Vieira Lopes afirma entender a urgência em encontrar soluções para as famílias que se encontram nesta situação, pois muitos trabalhadores têm dificuldade em cuidar dos familiares idosos dependentes.
De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 48 mil portugueses idosos são dependentes e encontram-se em casa.
Manuel Lopes, responsável do Ministério da Saúde, reforça o facto de estar provado que ficar em casa com a família o máximo de tempo possível, recebendo os cuidados devidos, é a melhor alternativa para um idoso pois garante-lhe uma melhor qualidade de vida e ao mesmo tempo é menos dispendioso para o Estado.